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O medo e o Herói.

(por .Fe.Mazi)

Há cerca de 3 meses iniciei um trabalho voluntário no GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e á Criança com Câncer) em São Paulo. Dentro do voluntariado existem diversas divisões, "departamentos" por assim dizer. Trabalho no lugar chamado "Cantinho da Paz", que tem como finalidade ser um espaço onde pacientes e familiares podem ir, seja para orar, meditar, conversar, enfim este espaço é como que um alívio aos pacientes e familiares. Os voluntários do Cantinho andam pelo hospital, entram nos quartos e tentam levar ao menos um ombro amigo em momentos onde a vida encara sua brevidade.

Cada dia tem sido um aprendizado sem fim, num lugar onde algumas vidas deixam de existir e outras renascem. Cada gesto, cada olhar é uma lição. Eu então me deparo com a fragilidade da vida e como naquele lugar qualquer bem material parece fútil e desnecessário. Naquele lugar crianças frágeis enfrentam o inimigo que até reis e imperadores temeram, a morte.

Cada um encara a morte segundo seu credo e sua filosofia de vida, e é até curioso a diversidade de atitudes diante deste "obstáculo" intransponível. Pode-se negá-la, pode-se não pensar ou simplesmente fingir não ser mortal. As posturas variam e o homem em toda a História oscilou entre o medo e a curiosidade diante da morte, mesmo porque esta é de fato, o grande enigma, grande e último.

Este enigma é encarado todos os dias nesse e em tantos outros hospitais. Tenho aprendido com essas crianças e adolescentes que o verdadeiro herói nunca nega o medo, pelo contrário, se dá o direito de chorar diante dele. O verdadeiro herói não nega sua mortalidade, mas encara o que está por vir, assim, desse jeito, com medo, chorando e soluçando, admitindo e não negando.

Tenho aprendido que ali não existem apenas crianças e adolescentes, mas Heróis. Heróis que o mundo provavelmente não irá conhecer, mas que consquistaram o mundo dos corações de suas famílias e amigos. Heróis que tiveram a realização de seus sonhos podada, mas que nunca deixaram de sonhar. Heróis que não se curvam diante da morte, ainda que a encarem com lágrimas nos olhos.

Não se pode negar a condição mortal do homem, mas pode-se elevá-la em dignidade e estes Heróis o fazem, a cada transplante, a cada quimioterapia, a cada cirurgia.

Estes são os meus Heróis.

2 comentários:

  1. É um trabalho muito bonito ... é doação total de energia, tempo e muita dedicação para tornar a vida do próximo um pouco melhor.
    parabéns pela iniciativa

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  2. rabalhos assim deveriam servir de exemplo pra mta gnt, ne? infelizmente, nem todo mundo sabe SE doar!
    parabéns!



    sinta-se à vontade pra voltar no meu qdo quiser! ;D

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