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Why so serious?

(por Juliana Rodrigues)

É uma pergunta feita por esta grande personagem da história em quadrinhos do Batman. Tal frase surge como um paradoxo da sociedade moderna, uma vez que enquanto todos estão preocupados com o fluxo capitalista, e deixam suas vidas serem regidas pelo dinheiro, temos o Coringa ‘estapeando’ a nossa face, já que esta preocupação torna-se ridícula a personagem.

Existem muitas coisas para serem destruídas segundo o Coringa, uma delas é o próprio valor humano e, nesse está o verdadeiro valor da maldade. Talvez, a humanidade esteja girando em torno dos dizeres maquiavélicos: “os fins justificam os meios”, todavia, enquanto a humanidade se mata para conseguir ‘money’, o Coringa explicita que mais que o fim, os meios seriam a fonte de grande prazer, a desgraça pela desgraça, a maldade pela maldade. Eis o porquê de ele ser mais forte que o próprio herói, Batman. Batman, não é livre porque escolheu fazer algo determinado. O que implica em princípios, éticas e morais. Batman faz a justiça, mas não destrói seus inimigos! Portanto, não pode destruir o Coringa. Essa contradição nos faz rever qual é o grande dilema da existência humana, afinal, o Coringa é livre, faz o que quer, a hora que quer. Psicopata? Mais que isso, é um ente agindo através de seus desejos, paixões e subjetivismo; e o que mais fazemos além disso? Somos Coringas inconscientes? Provavelmente seja uma consequência da própria estrutura interior do homem: somos constituídos, por dizê-lo de alguma forma, de ser e de nada.

Se olharmos para nossas hesitações, para nossas limitações, para nossas misérias, enfim, para tudo aquilo que em nós é demasiado humano, podemos ver-nos muito perto do nada; e se olharmos para Deus que nos criou, que nos amou e que nos redimiu, estaremos muito perto do ser. A tragédia humana é precisamente essa alternância. A serenidade só será encontrada no ponto de equilíbrio: esse ponto sutil onde o humano e o divino se encontram dentro do coração do homem. Eis, o ponto fraco do Coringa, ele espera que o ser humano tenha atitude egoísta, mas seu plano fracassa, uma vez que o coração humano fala mais alto e opta pela vida.

Outra atitude que parece nos surpreender é quando o Batman salva o Coringa da morte, o que realmente significa isso? Excesso de bondade? Ou Batman estaria salvando sua própria internalização maldita? Está posta a verdadeira contradição entre o Batman e o Coringa, um é extensão do outro, da mesma forma a nossa civilização se constrói entre liberdade pessoal, o desejo lúdico de inspirar a satisfação, o prazer e psiquismo da sociedade, a qual defende uma cultura que dita normas, regras, leis e condutas em um mundo que está caótico, preso na paranóia, gingando entre os perigos reais e fantasmáticos. Enfim, a estrutura colocada em Batman: O Cavaleiro das Trevas é de mais uma história em quadrinhos que aparentemente está ligada ao universo maravilhoso dos super heróis, no entanto, relata a vida e seus paradoxos, incluindo o qual supérfluo o ser humano conseguiu chegar, tendo em vista que nem a maldade em si nos conseguiu conquistar, pois estamos presos em uma vida fútil, capitalista e midiática.

Um comentário:

  1. pramim batmam é so mais uma das varias ilusões criadas,para defender a ideia de que as pessoas apesar dos traumas tem seu lado bom.
    Pra mim o coringa é mais realista, apesar de cruel, mas se formos analizarmos, todos nós temos um coringa oculto!

    ;D

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