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A crise da beleza.

(por .Fe.Mazi)

No mundo artístico, comumente questionamo-nos á respeito do que é belo? Nas artes plásticas mais especificamente, nos perguntamos o porquê de um "rabisco" ou um monte de manchas serem classificados como "obra de arte". Qual seria a referência de análise? O que é algo belo? Ou Belo?

Existe uma crise á respeito da beleza, e não afirmo isso embasado por minhas próprias convicções. De fato, a beleza de um modo geral parece ter perdido seu Norte. Mas por que então focar a Arte? Por quê partir desse prisma? A Arte parece ser detentora de uma caráter profético. Devido ao seu íntimo relacionamento com o humano, esta parece presentir e denunciar o que está por vir. A crise humana se exterioriza na crise artística.

A falta de um Norte na Arte parece ser, nada mais nada menos, do que um indicativo de como a própria sociedade se encontra guiada por pseudo-valores. Tudo parte do consenso da maioria, e assim caminha a humanidade. É a era do subjetivismo e do relativismo. O contrário pode ser classificado como ditadura. A arte moderna, no início do século XX, ainda mostrava segurança nos rumos a serem seguidos e a própria sociedade ainda era imbuída de determinados valores. Com o advento da arte contemporânea a partir da década de 60, 70, aos poucos o caminho foi se tornando obscuro. A névoa do subjetivismo foi tomando conta da estrada a ser percorrida.

Beleza no grego antigo é Kalón, a mesma palavra usada para amor, bondade e justiça. Ou seja, aspectos da sociedade que também se tornaram relativos. Fazendo uma caminhada histórica desde a Grécia antiga, observamos que o Belo tinha um caráter bem objetivo, como já dizia tanto Platão quanto Aristóteles: "A beleza é o esplendor da verdade." A beleza tem um sentido objetivo; é ou não é, e independe do meu subjetivo, do meu gosto, está ligada á um sentido superior. Santo Agostinho dizia: " As coisas são belas porque agradam, ou agradam porque são belas? Respondo sem vacilar: agradam porque são belas."

O artista sacro Cláudio Pastro diz em um de seus livros: "A beleza é o reflexo e o termômetro de uma sociedade em crise, pois de todas as crises a mais afetada é a da beleza."

O sentido cristão, e acredito também o judaico, o budista, tem algo muito bem definido á respeito da beleza e do seu porquê. A beleza não existe apenas para um deleite pessoal, para o prazer dos sentidos. Nesse conceito a beleza nos arrebata e nos transfigura em direção ao Uno, para sermos um com aquele que é por assim dizer, o Deus da Beleza.

É necessário uma reavaliação da beleza e de seu papel, de sua função, do seu porquê. Termino com Dostoiévski (em O Idiota): "A beleza salvará o mundo." ...........mas que beleza....?

Um comentário:

  1. O conceito de beleza é extremamente relativo. O que é belo para uns não é para outros, tudo depende do ponto de vista...

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